Grandes esperanças para o Maranhão
Estou escrevendo este artigo de Pequim em uma folga da programação da visita da comitiva do presidente Temer a China, para encontros oficiais e assinatura de atos na área de energia, infraestrutura, construção, manufaturados, agricultura, minerais, energia, e-commerce, turismo, finanças e esportes, o que aconteceu ontem, no final da tarde de sexta-feira. Hoje é sábado e a programação prevê encontros de empresários com ministros brasileiros de diversas áreas.
Zé Reinaldo tirando uma “selfie” na China…
A China é o maior parceiro comercial do Brasil há oito anos, e o Brasil é o maior parceiro da China na América do Sul. E o Brasil é largamente superavitário no comercio bilateral com a China.
Vocês sabem que há vários anos lutamos para dotarmos o Maranhão, e o Brasil, de uma grande refinaria e de um polo petroquímico. No final do ano passado fomos ao Irã e a Índia onde tratamos com os governos locais e com empresários desses países da nossa refinaria. Como adendo, a Petrobras não constrói refinaria nova há cerca de trinta anos. E como consequência já estamos importando cerca de 50% dos derivados de petróleo que precisamos. E hoje, mesmo que quisesse a Petrobras não possui condições financeiras para tal. Por isso nosso trabalho se voltou para fora, buscar parceiros internacionais para o empreendimento.
O projeto é muito bom, mas, o mundo vive tensões, envolto em grandes problemas e inseguranças. A Índia quer participar muito do projeto, mas tem problemas para resolver primeiro. Assim, resolvemos procurar parcerias na China, um enorme e poderoso país, mais afeito aos problemas globais, e parceiro do Irã país que permanece firme no projeto do Maranhão.
A China é um grande país, com grandes empresas na área de engenharia de refino e petroquímica, áreas que base do nosso projeto. E é um país acostumado a decidir e enfrentar desafios, senão, por óbvio não seria o país que se tornou, uma das maiores economias do mundo.
Foi com esse propósito que consegui ser incluído na viagem do presidente Temer para cá, para, dentro do espirito de cooperação existente entre os dois países tratar da nossa refinaria com a SINOPEG, uma das maiores empresas de engenharia do mundo, principalmente nas áreas de refino, petroquímica, gás natural, química, energia, fármacos, engenharia, equipamentos, tecnologia, fertilizantes, inovação, complexos aromáticos. Eles produzem internamente 90% de tudo o precisa uma refinaria.
Na sexta a tarde foi marcada o nosso encontro com o presidente da empresa Sr. Xiang, um homem experiente e dinâmico, de cerca de 50 anos, que já havia lido tudo sobre o nosso projeto, estava preparado para o nosso encontro e sabedor da posição do Irã em relação ao empreendimento. Fomos eu, o vice-governador Carlos Brandão, o secretário Simplício, o Secretário Pierre Januário, além de empresários interessados. A reunião foi longa, com grande troca de informações técnicas, econômicas e financeiras, parcerias, e garantia de que o governador Flávio Dino e o presidente Michel Temer apoiam esse projeto.
No final o sr. Xiang propôs, ele mesmo, não nós, como geralmente acontece, assinar um Documento de Entendimento o que, sem dúvidas, já cria grandes compromissos entre todos nós. Foi criado um grupo de trabalho, entre a Sinopeg e os empresários envolvidos e o Documento de Entendimento já deverá ser assinado na próxima semana entre eles. O ministro Fernando Bezerra irá na terça-feira ao Irã para conversar com o ministro do Petróleo daquele país, um dos ministros mais poderosos do Irã e colocá-lo a par das tratativas e assegurar o apoio total do governo brasileiro ao empreendimento no Maranhão.
A refinaria e o polo petroquímico representam investimentos de 28 bilhões de dólares e com a siderúrgica e outras indústrias chinesas em tratativas para construírem fábricas no Maranhão, teremos cerca de 35 bilhões de dólares de investimentos com a participação chinesa no estado criando uma parceria especial do Maranhão com um dos mais poderosos e ricos países do mundo. Se a SINOPEG se estabelecer no nosso estado, ela certamente fará de São Luís sua base para trabalhar na América do Sul e na África, e a presença de engenheiros altamente qualificados formados pelo ITA dará a consistência necessária a todos esses empreendimentos e investimentos.
Não posso esconder, eu era uma das pessoas mais felizes de Pequim na sexta-feira passada. Um sonho se materializando diante de nós.