Dedo na ferida dos passadores de panos que “esqueceram” o passado.
Sobre José Sarney, ditadura e pobreza, um documentário histórico filmado na sua posse de governador, por Glauber Rocha.
Abaixo, documentário exibido pelo historiador maranhense, Wagner Cabral.
Documentário sobre o governo de José Sarney (1966-1970) no Maranhão, apresentando a aliança com a ditadura militar e as promessas de desenvolvimento, trazidas pela “Revolução” (leia-se, Golpe Militar de 1964).
No vídeo, são vistos dois generais-presidentes da ditadura, participando da inauguração da hidrelétrica de Boa Esperança (por volta de 6:30):
a) Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), do período mais repressivo do regime;
b) João Baptista Figueiredo (1979-1985), último general-ditador,, que então exercia o cargo de Chefe do Gabinete Militar da Presidência.
Eleito com o apoio da ditadura em 1965, o político José Sarney será um dos principais nomes da base civil de apoio ao regime militar; sendo um dos líderes dos partidos de sustentação da ditadura, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e depois o PDS (Partido Democrático Social), do qual foi o primeiro presidente.
Da mesma forma que “Maranhão 66”, de Glauber Rocha, este documentário é, em primeiro lugar, uma peça de propaganda de José Sarney. Sarney deixava o governo do estado (abril de 1970) para se candidatar e depois se eleger ao Senado pela ARENA. Assim, foi convidado o cineasta Isaac Rosemberg, bastante conhecido no circuito do cine-documentário, para fazer “O Milagre do Maranhão”.
Nos limites da comparação histórica, “O Milagre do Maranhão” é um equivalente da atual campanha midiática do “Novo Tempo” de Roseana Sarney. De acordo com o “milagre” de José Sarney, o Maranhão já seria rico em 1970; já segundo o “novo tempo” de Roseana estamos ainda mais ricos…
O Maranhão da propaganda é o paraíso medieval dos rios de leite e mel, das montanhas de pão e carne, dos mares de lagosta e caviar…
E como seria bom morar naquele lugar das propagandas…