Jornal Estadão mostra Flávio Dino ao Brasil como “animador de auditório”, o mesmo que um palhaço?

Veja no final o vídeo sobre autoritárismo, um ministro arrotando contra os poderes…

“Extrema” palhaçada, ou Irresponsabilidades midiáticas bem típicas de um estado empobrecido, enganado?

Parabéns ao jornalismo do Sul, que diferente do local (maranhense), não cala e consente. A imprensa do Sul desmascarou quem, de fato, persegue a liberdade de expressão.

Isto foi muito mais que um mero editorial para eleitores maranhenses desavisados:

Depois de ser anunciado de cima de um palanque (em plena eleição) e se eleger com o peso da maquina e dar o cargo de senador para a esposa de seu aliado político Dino é mostrado ao Brasil pelo jornalismo naquilo que é capaz de fazer, ou seja em plena atuação pífia.

“Flávio Dino age como se fosse um animador de auditório”. 

Teria sido palhaçada deixar o povo pobre esperando, depois de passar 8 anos como governador, prometando “mudar”, “tirar da pobreza”, mas no final de quase uma década, ter jogado um estado rico na extrema-pobreza? Pior que Dino demonstra que “tá nem aí” para os pobres.

Felizmente, o Brasil está despertando do projeto autoritário, o mesmo que foi posto em prática no empobrecido Maranhão. Aleluias, Dino deverá cair, deixar um posto tão importante para uma nação: o Ministério da Justiça, após meter os pés pelas mãos, usar jatinhos e abusar das estruturas públicas para fazer politicalhas, ou no jargão inconfundido do jornalismo do Sul, “um animador de auditório”, possivelmente sendo comparado a um palhaço…

Abaixo, trecho do valoroso editorial do Estadão:

Editorial do Estadão: O show do ministro da Justiça
Pelo teor de suas manifestações, Flávio Dino não entendeu o que significa ser ministro da Justiça, tampouco as responsabilidades e os limites que o cargo impõe. Trata-se de uma pasta de especial relevância institucional, com papel fundamental no funcionamento do Estado Democrático de Direito, a exigir equilíbrio e contenção do titular. O Ministério da Justiça é responsável, no âmbito do Executivo federal, pela defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais.
No entanto, Flávio Dino age como se fosse um animador de auditório. Opina sobre tudo. Na segunda-feira, pôs-se a discorrer sobre as eleições em um país estrangeiro. Depois do resultado das primárias na Argentina, o ministro da Justiça do governo Lula pontificou que, “em eleições, os monstros de extrema direita só chegam ao poder quando o centro e os liberais caminham com as aberrações”.

Dias depois, sem esperar o resultado das investigações – dando a entender que elas são desnecessárias para a formação das convicções do ministro da Justiça –, Flávio Dino afirmou haver “direta relação entre o desespero golpista e o comércio criminoso de joias milionárias” de Jair Bolsonaro, isto é, houve “uma tentativa de golpe monetizado”. E acrescentou: “Acima de tudo e de todos, estava o vil metal – Mamom – e não Deus ou o Brasil”.

O caso das joias envolvendo Jair Bolsonaro é escandaloso, a suscitar veemente indignação e a demandar rigorosa investigação. Mas o comentário de Flávio Dino não condiz com o papel de ministro da Justiça no Estado Democrático de Direito. Existe o princípio da presunção de inocência, e o titular da pasta da Justiça deve ser o primeiro a respeitar o mandamento constitucional, sem emitir juízos com as investigações ainda em andamento.

Ao agir da forma como vem atuando, Flávio Dino faz o oposto que o seu cargo exige. O ministro da Justiça deve contribuir para que o Executivo federal atue dentro dos limites e critérios estabelecidos pelo ordenamento jurídico: moldar a política pelo Direito. No entanto, Flávio Dino parece trabalhar para que o Direito – incluindo o Judiciário e as instituições auxiliares da Justiça – esteja moldado e seja visto pelas lentes da política. Prejudicial em qualquer circunstância, isso é especialmente grave nos dias de hoje, quando parcela considerável da população nutre desconfianças sobre a isenção e independência do Judiciário.

Em vez de contribuir para serenar os ânimos – por exemplo, cuidando para que as instituições de Estado não sejam envolvidas em questões político-partidárias –, Flávio Dino parece obstinado em alimentar a equivocada impressão de que o Judiciário é uma grande arena política.

Essa contaminação política é também especialmente danosa quando envolve a Polícia Federal (PF). Anos atrás, em 2016, quando o então ministro da Justiça do governo Temer, Alexandre de Moraes, antecipou a realização de operações da PF no âmbito da Lava Jato, justamente na véspera da prisão do ex-ministro petista Antonio Palocci, dissemos neste espaço que o titular da pasta não tinha mais condições de permanecer no cargo. “Vocação para o exibicionismo não combina com a discrição que o cargo de ministro da Justiça exige” (ver o editorial Um ministro insustentável, do dia 28/9/2016).

Rigorosamente o mesmo se pode e se deve dizer agora sobre o atual ministro da Justiça. Flávio Dino também antecipou passos da PF em investigação que corre sob segredo de justiça. No fim de julho, após divulgar a realização de um acordo de delação premiada com um dos suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ministro da Justiça disse haver “outros fatos novos que vão surgir nas próximas semanas”.

Depois do que o País viveu nos últimos quatro anos, especialmente após o 8 de Janeiro, é tempo de zelar pelo Direito e pelas instituições de Estado. Em vez de fazer do Ministério da Justiça um grande espetáculo que converte tudo o que toca em política eleitoral, que tal trabalhar para que a Constituição seja mais conhecida e respeitada por todos?

Querem demonstração de autoritarismos? Era esse cara que falava em “democracia”?