“PSDB arrocha no Maranhão”: Entrevista com o atual presidente da legenda, senador Roberto Rocha ao Jornal O Imparcial.

Em entrevista ao Jornal O Imparcial, o senador Roberto Rocha (PSDB) fala  sobre seu retorno à legenda tucana, do processo de intervenção nacional e da possibilidade dos apoiadores da reedição da chapa PSDB/PCdoB deixarem o partido (revoada tucana) como foi prometido no início.

Confira a íntegra da entrevista.

O Imparcial  – Senador, o que significa voltar ao comando do partido em meio a esse clima de guerra criado com o Carlos Brandão?

Senador Roberto Rocha – Não há clima de guerra. Há visões diferentes do papel do partido e da responsabilidade institucional em relação a um projeto de Nação. O Brandão entende que as circunstâncias e as vicissitudes locais podem se sobrepor ao projeto nacional do PSDB. O comando do partido, em Brasília, entende que o alinhamento local perdeu sua razão histórica e precisa ser rearticulado à luz do cenário político grave que se criou no país e que contrapõe, como inconciliáveis, o PSDB e o PCdoB. Isso não é nem ao menos uma originalidade do PSDB. Acontece em muitos partidos essa tensão entre o nacional e o regional. E para isso existem instrumentos estatutários em todos os partidos para superar essas diferenças. São esses instrumentos que estão sendo avocados, no momento.

O Imparcial  – Quais são seus desafios estando nessa comissão provisória? Quanto tempo será seu mandato e como fica a convenção marcada pro dia 11? Foi suspensa?

Senador Roberto Rocha – O grande desafio é realinhar o partido com seu projeto nacional. O tempo de duração da Comissão Interventora será apenas até o julgamento final da Representação impetrada pelo ex-prefeito Sebastião Madeira. Agora, corre o prazo para as alegações de defesa do Brandão. Ainda não há uma decisão sobre a Convenção do dia 11 mas a prudência sugere que ela deva ser remarcada para uma data posterior à decantação desse processo em curso.

O Imparcial  – Como o senhor avalia as críticas que o senhor recebeu por parte do Brandão?

Senador Roberto Rocha – Fazem parte do jogo político. O que eu lamento é a crítica pessoal, usada por penas alugadas, apenas com o intuito de desqualificar as pessoas. Esse é o tipo de política que não faço.

O Imparcial  – O senhor foi o pivô para essa guerra dentro do PSDB? Quem é o culpado para essa crise?

Senador Roberto Rocha – Não há culpas, há consequências pelas atitudes tomadas. Na verdade o que se está fazendo é evitar uma crise muito maior, de identidade partidária.

O Imparcial  – O PSDB não fica fragilizado com esta intervenção? O senhor teme que o Brandão estenda essa disputa para a justiça?

Senador Roberto Rocha – Ao contrário, o partido se fortalece ao jogar na arena política suas divergências. Eu não temo a intervenção da Justiça. Eu apenas lamento que nós políticos sejamos as vítimas e os algozes da chamada judicialização da política. Mas acho que o entendimento sobre a jurisdição partidária é remansoso, como dizem os advogados. Ou seja, é tranquila a compreensão e a jurisprudência quanto à autoridade partidária para intervir nas suas estruturas internas, em defesa de sua integridade, disciplina, fidelidade e ética partidária.

O Imparcial  – O agora presidente estadual do PSDB falou sobre o momento pelo qual o partido passa no estado e os desafios para unir os tucanos maranhenses. “O grande desafio é realinhar o partido com seu projeto nacional”, sustenta.