Em artigo, Zé Reinaldo fala dos erros de Jackson Lago e Lula, que o PT quebrou o Brasil e tenta jogar a culpa em Temer…

E o Brasil?

por José Reinaldo Tavares

Em conversas com amigos encontro muitos interessados em política e sobre fatos políticos ocorridos no Maranhão. Um dos favoritos é a cassação de Jackson Lago. Da falta de reação de Jackson, ou melhor, de uma não reação pragmática e competente por parte dele. E ele um político tão experiente e acostumado a duras lutas políticas, como deixou isso acontecer?

Deputado Zé Reinaldo votando no Congresso a favor do Brasil

Eu creio que faltou a Jackson a experiência que um mandato de deputado federal dá a qualquer um e principalmente a aqueles mais experientes e talentosos. Foi determinante para isso a não eleição dele quando disputou uma cadeira de deputado federal e teve, na ocasião, uma das maiores votações, mas foi derrotado, porque o seu partido ou coligação, não obteve o número de votos de legenda para fazer um deputado federal, embora tenha sido um dos mais votados naquela eleição. Isso lhe faria muita falta mais tarde.

Com isso, não conheceu o que é aquela casa, o que acontece ali, as forças que se aglutinam, as causas, as jogadas e os lances políticos, o caldeirão cultural, as fragilidades e os talentos. Não é fácil, e muitos não conseguem se integrar, como o conhecidíssimo Ratinho, homem de sucesso na televisão, deputado federal eleito em 1990, mas, um dia me disse nunca mais querer voltar, não se adaptara ao discursório implacável, enquanto as coisas são resolvidas em outras instancias, como o colégio de líderes e assemelhados, longe dos holofotes. Nem todos entendem o parlamento. Mas, é assim, no mundo todo.

Jackson não conheceu, de perto, o jogo pesado entre os três poderes, o clima de intriga e o jogo de egos, e os favores que mudam as coisas. Na verdade, evitava esse convívio.

Eu, que convivi com ele nesses tempos difíceis, e por inúmeras vezes estive a noite, no palácio, em longas conversas, alertando-o, e vendo-o concordar comigo, mas, me acostumei também, a ver que nada do que tínhamos conversado e concordado nessas reuniões, ele fazia ou mandava fazer. Acredito que, por falta de experiência nesse jogo mais alto do poder, ele não acreditava, que por ser homem honrado, pudesse ser cassado.

Creio que também pesou muito a falta dos conselhos dos seus amigos de sempre, e muito experientes, como Neiva Moreira com dificuldades com a saúde, e de Mauro Bezerra, falecido logo no começo do mandato.

Ele até desprezou uma ajuda enorme que lhe foi oferecida por Flávio Dino, que havia pouco deixado a toga, muito respeitado no meio jurídico, podia ter dado outro rumo ao processo. Ele tinha seus antigos advogados e não quis mudar, desprezando o meu aconselhamento em contrário. Deu no que deu.

Essas reflexões eu faço em um momento em que vemos o PSDB, mergulhar de cabeça, com o movimento dos “cabeças pretas”, jovens deputados do partido, que tentam embarcar em jogo em que nada ganharão, sem olhar para a situação do país. Mudança agora fará o Brasil perder muito, com as reformas paralisadas e passando a flertar com o abismo que envolveu a Argentina no passado, quando submergiu ao caos social e político, com trocas de governos a cada semana, sucessivamente, com o desemprego e a violência dominando as ruas. Basta ver a arrecadação descendente, falta de dinheiro e a descrença crescente.

O que fazem, na verdade, não os aproxima do poder, pelo contrário, os afasta, pois só quem sabe ganhar com essas situações é o PT, ele mesmo, que no governo Dilma, quebrou o país, mas, já passou a culpa para Temer. Daí Dirceu, grão duque do partido, avisar: nós voltaremos logo a governar o país.

Do jeito que estamos indo a luta em 2018 será entre Lula e Bolsonaro, salvadores da pátria de plantão, que terão a missão de governar o país tomado pela insolvência, pelo descredito e pelo desemprego.

É para lá que estamos indo, hoje é o fora Temer e se ele sair virá o fora Rodrigo, como já veio antes o fora FHC, fora Sarney e fora Itamar. Lula está mais vivo do que nunca.