Conversa com a Fiema e a Marinha…

Por José Reinaldo Tavares

A tarde/noite de quinta-feira passada foi muito agradável e produtiva para mim. Fui convidado para uma palestra sobre as potencialidades do Maranhão, seus problemas, e os projetos, que acredito, estejam ao nosso alcance a curto e médio prazo.

O mesmo sentimento experimentei no sábado quando a Marinha proporcionou a bancada maranhense um encontro muito esclarecedor e promissor para o Maranhão.

Na FIEMA mostrei os projetos estruturantes, importantes, e que, se implantados, mudarão por completo a economia ainda incipiente do nosso estado, projetos a os quais me dedico, junto com a bancada maranhense na Câmara, alguns deles já muito avançados.

Aqui cabe uma observação, o primeiro citado foi o Programa Espacial Brasileiro. Porque? Se ele engrenar, e isso significa recursos permanentes a disposição para o desenvolvimento de tecnologias importantes para alcançarmos o domínio completo do espaço será fundamental para transformar o Centro de Lançamento de Alcântara, em um grande indutor do progresso do nosso estado. Em seguida, por óbvio, o CLA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, a Refinaria e o Polo Petroquímico, a 2ª Esquadra Naval, Terminais Portuários de Uso Privativo, Cidade Digital, Energia Solar, Eólica, Gás e Biomassa, Regularização Fundiária, Zoneamento Agrícola e Pesquisa para o desenvolvimento do setor agrário.

Vou fazer um breve resumo da importância desses projetos, cada um deles poderá, dar, por si só, imensa parcela de contribuição ao nosso desenvolvimento sustentável.

O CLA poderá, desde que resolvidos os seus problemas, e nisso estamos empenhados, ter um uso comercial, alugando suas plataformas de lançamento para outros países, e principalmente como ponto fundamental para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro e assim se tornar um complexo tecnológico importante com grande poder de atrair empresas para cá.

O ITA é fundamental, pois sem mão de obra altamente qualificada tudo isso pode se frustrar. Basta ver o que aconteceu em São José dos Campos, SP, que de região das cidades mortas de São Paulo, passou a ser um dos polos de tecnologia mais importantes do país.

A Refinaria e o Polo Petroquímico, com bilhões de dólares de investimentos terá um poder de atração de empresas muito grande. O Polo Petroquímico atrairá tanto industrias produtoras de matéria primas como as de produtos acabados. Hoje é praticamente impossível, passar os dias, sem a participação de algum produto obtido, a partir da indústria petroquímica. Só para ilustrar, são derivados dessa indústria roupas, colchões, embalagens para alimentos e medicamentos, brinquedos, móveis, eletrodomésticos, carros, aviões, xampus, cosméticos, plásticos, borracha sintética, detergentes, solventes, fios e fibras sintéticas, fertilizantes, parafina, nafta, amônia, poliéster, resina PET, nitrogenados, entre outros.

A possibilidade de atrairmos empresas para cá é imensa. E as oportunidades de empregos, suprimentos, casas, transporte de massa, aeroportos de cargas, etc., uma infinidade de oportunidades para empresas daqui mesmo.

Um projeto desses muda ou não o Maranhão?

A 2ª Esquadra Naval é também um projeto indutor de grandes oportunidades para o investimento e o emprego. Virão para cá mais de 5.000 famílias de militares, uma agregação de renda ao nosso cotidiano. Mas a presença aqui da Esquadra é muito mais do que isso, pois terão que ser construídos novos atracadouros, inclusive com o aproveitamento da Ilha do Medo, para dezenas de navios que terão como base São Luís. Daí virão estaleiros, grandes plataformas de suprimento, todo o tipo de suprimentos, desde alimentação, combustíveis, serviços diversos, alojamentos, casas, etc.

A bancada está ajudando muito. Eu, Pedro Fernandes e Waldir Maranhão aprovamos emenda garantindo 11 milhões de reais para as primeiras obras que começarão ainda neste ano, mas, as necessidades serão muitas vezes maiores no futuro.

Terminais Portuários de Uso Privativo. Para a CODOMAR, Companhia Docas do maranhão, empresa que estava sem uso e prestes a entrar em lista de extinção, solicitei ao Presidente Temer a nomeação de um técnico experimentado, Edmundo Filho, e com muito trabalho ele já conseguiu reanimar a companhia, e através de estudos com consultores especializados já estão definidos cinco novos portos com excelentes condições de calado e canal de acesso. Eles não formarão novos portos públicos mas serão terminais privativos um grande atrativo para empresas especializadas. São todos na Baia de São José de Ribamar e tem ampla área de retroporto. Um deles ficará com a refinaria e um outro deverá ser porto de suprimento das plataformas de petróleo, já que existem grandes indícios de petróleo nas costas do Maranhão e do Pará.

Retroporto é fundamental para um porto. O grande trunfo do Porto de Pecém no Ceará é sua imensa área de retroporto. Por isso cresce rapidamente.

O Itaqui será sempre o principal porto do Maranhão. Mas, isso está ameaçado por uma inusitada Reserva Extrativista, a de Tauá Mirim, em área urbana fundamental para que o Itaqui, já estrangulado, sem poder se expandir e nem receber grandes investimentos de retroporto, se essa área virar reserva extrativista. Tudo depende do Ministro Sarney Filho, do Meio Ambiente, que anteriormente prometeu na FIEMA que essa área não seria homologada. A não homologação dessa será um grande serviço que o ministro pode fazer pelo Maranhão.

Para que o artigo não fique muito longo, o restante dos projetos relatados na FIEMA ficará para o próximo artigo. São muito importantes também.