“É natural no ser humano o desejo de conhecer.”– Aristóteles
Durante muito tempo considerava essa frase um exagero, pois as pessoas ao meu redor não sentiam vontade alguma de aprender algo, sentia-me em uma sala sem alunos, sem professores, somente cadeiras vazias por todos os lados. Via pessoas satisfeitas com suas ideias ingênuas sobre todos os assuntos e achando que suas opiniões são perfeitas, julgando ser os melhores seres humanos existentes na terra.
De fato, o traço mais conspícuo da mente dos nossos compatriotas era o desprezo soberano pelo conhecimento, acompanhado de um neurótico temor reverencial aos símbolos exteriores: diplomas, cargos, espaço na mídia.
Vivendo cercada de ignorantes sem vontade de conhecer aprendi lições inesquecíveis: o comunismo acabou, esquerda e direita não existe, Lula é o salvador da pátria e pai dos pobres, os cigarros matam pessoas à distância e as baleias são hienas do mar.
Se continuasse a dar ouvidos, hoje seria uma líder famosa de movimento estudantil ou ocuparia algum cargo em um governo comunista.
Aristóteles tinha razão: o desejo de conhecer é inato.
O Brasil é que falhou em desenvolver nos seus filhos a consciência da natureza humana, preferindo substituí-la por um arremedo grotesco de sabedoria infusa. (Paulina Almeida, estudante secundarista, moradora de Imperatriz-MA).