Uma luz que se acende

Por Deputado José Reinaldo Tavares

Já escrevi várias vezes sobre o sonho de termos no Maranhão uma escola de engenharia de ponta, de altíssimo nível, um embrião de um salto tecnológico que faria o nosso estado pular etapas em seu desenvolvimento.Zereinaldo

A presença aqui de professores, mestres e doutores, e alunos de alto nível criaria esse ambiente absolutamente necessário para atrair todos os tipos de empresas de tecnologia de ponta, uma alavanca indispensável de transformação e desenvolvimento. Desenvolvedores de programas e inovadores ajudariam a atrair a atenção de maranhenses, jovens e talentosos, de grande potencial que acabam se perdendo por falta de oportunidades ou então vão para o sudeste em busca do seu próprio desenvolvimento pessoal.

No sudeste, sempre na frente, isso aconteceu nos anos cinquenta com a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, do Instituto Militar de Engenharia, do Coppe, da USP, e de tantas escolas de ponta. Se você examina o perfil dos candidatos ao vestibular do ITA, verá que quase 60% é do sudeste e 19% é do nordeste e os outros são das outras regiões do país. Mas veremos que dos aprovados 48% são do sudeste e 42% do nordeste, que apresenta um aproveitamento melhor.

A tendência é que esses alunos do nordeste acabem ficando no sudeste e não voltando, ajudando assim a manter a diferença entre o desenvolvimento do sudeste e do nordeste.

Entre os mais evidentes benefícios da presença do ITA em São José dos Campos destaca-se a EMBRAER, indústria aeronáutica de ponta, uma das mais importantes do mundo, que desenvolve tecnologia, que serve não somente para a indústria aeronáutica, mas para outras indústrias de alta tecnologia.

Já falei várias vezes sobre isso neste espaço, mas por que volto a falar novamente? Eu não desisti e nem desistirei desse projeto. E na Câmara tenho vários companheiros nessa jornada. Todos os deputados apoiam essa ideia, mas Pedro Fernandes também tem projetos nesse sentido e como coordenador da bancada tem usado esse poder para tentar viabilizar o projeto.

Na quinta da semana passada estivemos com o Comandante da Aeronáutica, Ministro Rossato, que nos recebeu muito bem com grande cordialidade. Homem preparado, informado e inteligente, nos recebeu por mais de uma hora.

Representando os dezoito deputados da bancada, estava eu, Pedro Fernandes, Waldir Maranhão, João Castelo e Rosangela Curado. Ali esclarecemos os problemas da Base de Lançamentos de Alcântara com o danoso convênio com a Ucrânia, patrocinado pelo governo federal, uma verdadeira lambança, que só nos fez perder tempo e dinheiro. Os problemas com comunidades quilombolas, ainda por decidir, o que poderá inviabilizar a base e a sua expansão.

A conversa rolou sobre tecnologia de ponta produzida pelo ITA antes de entrarmos no assunto que mais nos interessava que era o ITA do Nordeste em Alcântara.

Eu levei um levantamento sobre o ITA e a grande participação de jovens do nordeste aprovados, ano após ano no vestibular do instituto e a necessidade de um instituto desses no nordeste. Outros estados da região também querem o ITA, como Bahia e Ceará. Mas nenhum tem em seu território uma base de lançamentos aeroespacial e uma estrutura tão grande como a existente em Alcântara e esse argumento pesou muito para uma decisão inicial muito importante do Ministro Rossato.

Nenhum estado tem uma Base Aeroespacial, só o Maranhão. Daí chegarmos a um acordo: vamos estudar em conjunto a implantação de um curso de Engenharia Aeroespacial, que hoje só existe um, muito concorrido, ministrado pelo próprio ITA em São José dos Campos.

É um curso de alta tecnologia, de cinco anos, com grande número de matérias muito importantes, e a definição desse curso é: “engenharia aeroespacial é o ramo da engenharia que com base em diversas áreas de física, como a termodinâmica, a mecânica dos fluidos, a mecânica clássica e outras, lida com o projeto, construção e aplicação de aeronaves, espaçonaves e satélites”.

Vamos preparar um estudo completo para apresentarmos ao brigadeiro, que acionará o próprio ITA no projeto e no seu estudo.

Ainda não temos nada mas, convenhamos é um passo gigantesco na direção do desenvolvimento do nosso estado. Pode ser o embrião de um projeto muito maior.

Ficamos muito animados!