Centro Histórico e Ensino Integral

Deputado José Reinaldo Tavares

Vamos nos deter na análise do que acontece com o valioso patrimônio histórico de São Luís, tão importante que é classificado como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Hoje, todos nós sabemos que o conjunto histórico, embora adorado pelos maranhenses e pelos turistas está abandonado, prédios sendo invadidos e sem nenhuma manutenção e com poucas famílias morando no local. Tudo isso concorre para o lamentável estado de ruína de um grande número deles.bondinho-blog

A falta de estacionamento e um sistema de transporte tipo o saudoso bonde de outrora pode ser um grande impeditivo para a habitação regular do local. Mas, existem outros motivos, sem dúvidas, para que os proprietários deixem de habitar os magníficos sobrados e os deixem fechados se arruinando. Prédios vazios se deterioram rapidamente. Sem ocupação permanente do local a tendência é a decadência.

Ao meu ver o motivo mais forte para o abandono é a proibição de poder modificar o interior desses prédios, modernizando-os e tornando-os mais confortáveis para os moradores.

Na Europa é comum. Prédios mantém a fachada preservado mas o interior é modificado e transformado em modernos e acolhedores apartamentos. Ninguém abandona esses prédios diferenciados. Conheço as dificuldades daqui porque quando exerci o governo tentei fazer o Clube do Choro na praça Pedro II, até para dar vida noturna aquele logradouro e fomos impedidos pelo IPHAN já que teria que haver um arranjo interno para acolher essa finalidade, embora mantendo a fachada externa intacta. Também pretendíamos colocar um sistema de refrigeração na Catedral Metropolitana e não conseguimos a licença.

Creio que se tivéssemos as mesmas prerrogativas concedidas em grande parte do mundo tudo mudaria ali, um local magnífico sob todos os aspectos.

Não há dúvida de que para mantermos vivo aquele magnífico espaço teremos que ocupa-lo permanentemente. Como seria isso? Chego lá.

Mas antes quero falar um pouco de outro problema terrível que é o grau de dificuldades que enfrentamos para conseguirmos melhorar o nível da nossa educação pública de primeiro grau inclusive na capital.

São Luís tem 174 escolas públicas de ensino fundamental, não é um número assustador em si. Mas, mesmo assim, não conseguimos fazer com que funcionem em tempo integral o que é considerado importantíssimo por todos os especialistas em educação afim de manter o interesse dos alunos e criar o ambiente para permitir prepara-los convenientemente para um futuro de sucesso profissional.

E porque não juntar esses dois problemas fundamentais em uma só solução?

No centro histórico temos fibra ótica, ideal para servir de base à um grande projeto digital que tanto faz falta a educação dos jovens da capital. Ali poderíamos ter uma Cidade Digital com biblioteca digital, laboratório conectados a outros mais avançados no país e no mundo, laboratórios de línguas como inglês e espanhol, incubadoras de empresas, facilidades para termos palestras de especialistas, ao vivo e interativas, permitindo aos jovens uma visão do que acontece no país e no mundo na área digital, além de palestras de empreendedores, o que seria um enorme upgrade na educação dos nossos jovens. Um salto gigantesco!

No Centro Histórico temos três teatros que poderiam servir durante todo o dia para o ensino das artes.

Se fizermos ali um grande restaurante para os estudantes nos moldes dos restaurantes populares da Sedes, poderíamos transportar os estudantes depois do turno escolar matutino para o centro histórico onde almoçariam e ficariam toda a tarde ocupados na educação integral. O mesmo aconteceria com os alunos do turno vespertino que passariam a manhã no Centro Histórico, almoçariam lá e seriam transportados para seus colégios a tarde. Ao mesmo tempo resolveríamos os problemas crônicos causados pela absoluta falta de creches que atormenta tantas mães que acabam tendo que deixar as crianças sujeitas a todo tipo de perigo, nas ruas. E pode-se também levar o “Saúde na Escola” um dos programas mais bem avaliados do meu governo, extinto quando saí, que dava tratamento dentário, oftalmológico e auditivo, além de noções de higiene aos alunos repetindo os resultados do meu governo quando chegamos quase a universalização do atendimento aos estudantes e depois aos familiares deles, um ganho muito importante para esses meninos e meninas.

 Tai um projeto que vale a pena. E não é difícil conseguir recursos tanto para adaptar os prédios como para equipa-los para esse objetivo. Tenho certeza que um projeto desse traria uma nova vitalidade, não só a São Luís como também ao nosso nível educacional.

Nesse sentido, junto com a bancada de deputados federais colocamos emendas no Plano Plurianual do Orçamento da União. Além disso, muitas organizações privadas que apoiam a educação no mundo inteiro poderiam se interessar em participar de um projeto tão atraente como esse.

Esse projeto foi desenvolvido com a participação de muita gente. Destaco aqui a doutora Ana Lúcia Gazzola ex-Reitora da UFMG e ex-secretária de Educação de Minas Gerais em cuja gestão o ensino público deu um salto saindo dos últimos lugares para o primeiro, da Deputada Federal Elisiane Gama, de Wanda Torres e de Vivian Cristina, professora graduada  em inglês e apoio total da bancada federal do Maranhão na Câmara.

Uma das minhas emendas, repetida por quase todos os deputados foi “Implantar o Projeto Inclusivo de Educação em Tempo Integral – Cidade Digital” com 400 milhões de reais, sendo 100 milhões no primeiro ano e 300 milhões nos demais. Outra emenda foi a Implantação do Instituto Federal de Formação Aeroespacial do Maranhão, em Alcântara embrião do nosso ITA do Nordeste com 350 milhões, sendo 40 milhões no primeiro ano e 310 milhões nos seguintes.

As três emendas restantes procurei dar mais força as emendas de bancada que foram, Ampliação da Capacidade do Aeroporto Internacional de São Luís, Adequação da Rodovia BR-010, trecho Imperatriz-Açailândia, e Adequação da rodovia BR-316 trecho Caxias a Timon.

Com essas ações creio que estou desempenhando bem o mandato que o povo do Maranhão me concedeu.