Deputado Zé Reinaldo descreve tragédia petista

Utopia

“A utopia está no horizonte. Me aproximo dois passos, ele se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”-  Eduardo Galeano escritor e jornalista uruguaio.

Dilma na contramão...

Dilma na contramão…

O pensamento de Galeano representa bem a utopia do Brasil de ser um país do primeiro mundo. Pensávamos que estávamos próximos dessa utopia, andamos muito e cada vez que achamos que estamos perto, o país muda de rumo voltando à situação anterior.

Em determinado momento eramos considerados a grande revolução mundial entre os países que estavam mudando de patamar econômico e de bem estar social. Uma grande parte da população ascendia à uma classe média em termos de renda e de consumo. O Brasil tinha grandes reservas em dólar e os indicadores sociais melhoravam. O país ganhou grau de investimento que o colocou entre os mais confiáveis o que atraiu grandes capitais e nossas exportações cresciam vertiginosamente.

A revista The Economist expressou bem esse momento editando uma capa que mostrava o Cristo Redentor subindo como um foguete com um título muito sugestivo: “ O Brasil Decola”.

Hoje o quadro é o inverso. O dinheiro sumiu, a inflação voltou, o país está em recessão severa, a indústria entrou em colapso, o déficit é enorme, o país perdeu o grau de investimento, os juros são estratosféricos, só exportamos commodities cujos preços despencam nos mercados internacionais, a educação é uma tragédia, nenhum serviço público funciona bem, a violência aumenta, o dólar chega a números inimagináveis. E a pobreza volta com tudo.

O que aconteceu com o país para em tão pouco tempo passarmos de país respeitado e admirado para o descrédito atual?

Primeiro que tudo, não implantamos as etapas subsequentes do Plano Real, que teriam certamente dificultado muito o que aconteceu.  Antes o mundo crescia o dinheiro sobrava. Esse ambiente enganava aqueles que, deslumbrados resolveram abandonar uma agenda de austeridade e de equilíbrio financeiro, e sem resolver nenhum dos nossos problemas de base como educação, mudamos a agenda e partimos para um populismo econômico, sem par, jogando fora o grande momento que o mundo vivia, jogando fora a grande oportunidade que tivemos.

Só no BNDES foram gastos R$ 38 bilhões de reais em crédito subsidiado a empresas “amigas”, sem que isso melhorasse o país. Dinheiro jogado fora por ordem do governo. Passamos a financiar países quebrados que não podem retornar os investimentos feitos, como se o país não tivesse um grande “custo Brasil” devido a falta de investimento em nossa própria infraestrutura. Mas esses eram países ditos bolivarianos, aquele com afinidade ideológica com o governo brasileiro. Isso tudo terá que ser pago por todos nós.

Depois foram criados programas populistas e sem retorno, sem planejamento, sem metas, sem aferição de resultados. O resultado foi o endividamento geral da população, com a parada súbita do consumo desenfreado. O resultado, esperado, foi a quebradeira geral, e as famílias presas nessa armadilha, endividadas e levadas ao desespero e a desesperança ao verem tudo que ganhavam sumir na voragem dos juros altíssimos que estão obrigadas a pagar.

O governo passou a ser hostilizado pela população inconformada e que sentindo-se enganada tirou todo o apoio popular que restava ao governo. Com isso foi-se embora o apoio no Congresso e o governo sem planejamento e sem gestão e sem agenda debate-se apenas para tentar evitar um provável impeachment que avança na Câmara dos deputados.

Com as idas e vindas do governo que não sabe o que fazer, com a presidente sendo chamada publicamente de ”trapalhona”, que é verdadeiramente o que parece acontecer, o governo frustra a todos e contribui para nos afastar de sermos primeiro mundo, de ficarmos entre as nações mais ricas do mundo.

Mas o horizonte continua lá, a utopia continua viva e desafiadora, e o que nos resta é caminhar. Temos que sair desse drama mais fortes e unidos por um projeto consistente que finalmente nos leve onde desejamos.

No momento só nos resta caminhar em busca da utopia.