José Reinaldo Tavares
O crescimento econômico e o aumento do Produto Interno Bruto-PIB, que é a soma do valor de tudo que é produzido no estado em determinado ano, não é um feito direto do governo do estado, mas na verdade indica o acerto das políticas públicas praticadas no estado que favorecem o investimento tanto no comercio e serviços, como no setor industrial e no setor rural. É resultado do equilíbrio fiscal das contas públicas, da circulação do dinheiro, de impostos que não sufoquem os empresários e as atividades econômicas, do nível de segurança e do diálogo entre os atores envolvidos.
Por motivos políticos não pude contar naquele tempo com nenhuma ajuda do governo federal, nem financeira e nem institucional, e penso que se as tivessem o crescimento poderia ser muito maior.
Como consequência do esforço de modernizar suas práticas, conseguimos, sem apelar para nenhum arrocho fiscal, sem onerar empresários, só com o ingente trabalho de modernizar a ação da Fazenda um espetacular crescimento da arrecadação. E pelo aumento evidente da atividade econômica que se seguiu no estado a arrecadação de ICMS que era de uns 60 milhões por mês em 2002 passou a 320 milhões em 2006. Foi fundamental. Mas também conseguimos fazer com que o setor da agricultura familiar se ampliasse enormemente e por exemplo o PRONAF que emprestava aqui 22 milhões passasse para mais de 300 milhões além dos grandes investimentos em regularização fundiária- fomos o primeiro do Brasil, no turismo, na educação, saúde e segurança. Naqueles anos o Maranhão era, logo depois do Piauí, o estado brasileiro com os menores indicadores em mortes violentas por 100 mil habitantes. Era um estado seguro.
O resultado disso foi o que nos mostram as contas públicas baseados em dados do IPEA e do IBGE. O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos- IMESC, já na gestão de Roseana Sarney, Gastão Vieira era o Secretário de Planejamento, publicou um documento com o título Produto Interno Bruto do Estado do Maranhão, Nova série 2002 a 2007, que mostra sem possibilidade de contestação, os dados impressionantes que conseguimos no meu período de Governo. Nessa época fomos muito melhores de que todos os outros estados brasileiros, o que nunca mais foi repetido, mesmo com a ajuda de novos empréstimos, em cascata, e qualquer ajuda do governo federal.
Vamos aos dados: Variação real anual, Brasil, Nordeste e Maranhão- 2002 a 2007, em %
Brasil Nordeste Maranhão
2003/2002 1,9 1,1 4,4
2004/2003 6,5 5,7 9,0
2005/2004 4,6 3,2 7,3
2006/2005 4,8 4,0 5,0
2007/2006 6,1 4,8 9,1
Espetacular, não?
Do ano de 2002 para o ano de 2007, a variação nominal acumulada do PIB per capita do Brasil cresceu 57,8 %, no Nordeste o crescimento foi de 58,3 % e no Maranhão de 72,1 %, evidenciando que no período o crescimento do PIB per capita do estado esteve acima da média do Brasil e do Nordeste, porém o ano de 2007 foi o único período da série em que o crescimento do PIB per capita do estado (11,6 %) foi menor que o do Nordeste (12,0 %) e o do Brasil (14,0 %). Portanto entre 2002 e 2006 (meu período no governo) o aumento relativo do Maranhão foi um pouco maior do que o da série até 2007.
Com esse resultado a pobreza extrema que era de 55 % em 2002 caiu para 26 % em 2006, quando deixei o governo. Esses resultados nunca mais foram conseguidos, em momento nenhum, o que mostra a qualidade de gestão do meu governo.
E não foi repetido esse êxito por outros governos, porque os que vieram depois mesmo conhecendo a excelência dos números, mudaram tudo e como consequência os resultados também caíram para pior.
Se tivessem continuado, vale sonhar, não seriamos o estado mais pobre e com aumento da pobreza fixada entre nós, que somos hoje.
Só não havia a propaganda tentando mostrar que está tudo bem. Não está.