Doutrinação nas escolas brasileiras: os grande jornais dificilmente vão criticar isso

“É preciso que elas (as crianças) mintam nas provas e trabalhos escolares que a escravidão foi invenção dos brancos colonialistas. Que a reprise da ditadura do proletariado é o fim da história (e como ditabranda, já que os proletários serão nutellas). Que as desigualdades entre os países são culpa de um troço chamado “neoliberalismo”, a mais nova perversão do capitalismo.

Por O Antagonista

Caro leitor,

“Ensine o seu filho a mentir. Não é bonito, mas fazer o quê? Questão de sobrevivência acadêmica. Se as crianças não mentem, não passam de ano.”

Mario Sabino começa assim, de forma desconcertante, seu artigo na Crusoé desta semana sobre a doutrinação nas escolas brasileiras — do ensino fundamental à universidade.

O texto é demolidor.

Vai muito além do Escola sem Partido.

Leia mais este trecho, sobre os efeitos da falsificação promovida por professores e grades curriculares, sempre ajustados ao ideário da esquerda:

“É preciso que elas (as crianças) mintam nas provas e trabalhos escolares que a escravidão foi invenção dos brancos colonialistas. Que a reprise da ditadura do proletariado é o fim da história (e como ditabranda, já que os proletários serão nutellas). Que as desigualdades entre os países são culpa de um troço chamado “neoliberalismo”, a mais nova perversão do capitalismo.

Você tem filhos na escola? Sobrinhos?

Você tem netos na escola? Conhecidos?

Você vai à escola?

Em qualquer dessas situações, é imperioso olhar o tema à luz das ideias de Sabino.

Se você não tem filhos, netos, conhecidos na escola, deve ler também.

Pois é essa escola doutrinária que está formando nossos filhos, netos, vizinhos…

Você dificilmente vai ler uma crítica à doutrinação das nossas crianças nos grandes jornais.

Isso porque parte dos jornalistas também foi, em alguma medida, doutrinada.

E isso faz com que a imprensa seja menos crítica a respeito.

Abraçada a ideologias e interesses que não são o seu, caro leitor, a imprensa nem sempre faz o trabalho que deveria.

Isso vale também para a vigilância do Poder.

A imprensa não está vigilante como deveria.

Pense que diferença faria se todos estivessem vigilantes há exatos quatro anos.

Às vésperas da reeleição de Dilma Rousseff, em outubro de 2014, as verdadeiras intenções da ex-presidente não eram plenamente conhecidas.

E o resultado foi catastrófico:

Economia não admite experiências de laboratório. Erros cobram seu preço e as consequências podem se estender por gerações.

InfoMoney — outubro 2016

Depois será tarde para você se dar conta que não conhecia toda a verdade.

Por isso, enquanto a imprensa dorme no ponto, cabe a você estar atento:

1) Assuma o controle. Político diz uma coisa e faz outra, você tem de ser mais crítico e selecionar ativamente suas fontes de informação;

2) Tenha acesso ao conhecimento. Ele está um passo adiante da notícia e só alguns são capazes de oferecê-lo;

3) Apoie família e amigos. Apenas com uma interpretação independente dos fatos teremos indivíduos aptos para escolher os melhores caminhos.

Apesar de a vigilância ser indispensável neste momento, o que a imprensa anda fazendo por você?

Não nos referimos aos embates televisivos, à cobertura da agenda dos candidatos nem aos números das pesquisas divulgados à exaustão.

Nos referimos à função primordial do jornalista de se manter vigilante. À vocação de denunciar o que estiver errado, doa a quem doer.

Millôr Fernandes tinha uma excelente definição para isso:

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”

No momento mais decisivo da história da República, a imprensa NÃO está vigilante como deveria.

Pelo fato de que quase todos os políticos mentem — e omitem —, sempre se deve desconfiar deles. E os mais desconfiados deveriam ser os jornalistas.

Mas, analisando a imprensa brasileira de hoje, chegamos à conclusão que a balança pende bem mais para o lado dos poderosos do que para o lado dos inconformados.

Não se iluda.

A engrenagem continuará girando para esmagar a verdade.

A propaganda governamental é um tipo de mensalão da imprensa.

Pense bem: a quem interessa encobrir os fatos?

Gente mal-intencionada possui ligações por toda a parte, inclusive na imprensa.

A pretexto de divulgar as suas realizações, concretas ou não, ministérios, secretarias e estatais gastam bilhões para comprar consciências e promover políticos.

Você precisa ficar atento aos bastidores da política, ao que acontece nas entrelinhas, ao que os poderosos estão tramando.

É aí que a verdade se esconde.

Dependendo da habilidade do presidente eleito, o Brasil corre o risco de incorrer no fracasso dos últimos anos.

Sabemos que não é esse futuro que você quer para sua família, e não quero paras as nossas também.

Mas não conte com o velho modelo de imprensa para ser a sua voz.

Em geral, ela tem interesses próprios, que não são claros.

Por causa dessa falta de clareza, somos levados a deduzir que a imprensa jamais vai entrar numa briga com cachorro grande.

 

Entre as redações e os poderosos, a retribuição de gentilezas é bem mais comum do que você imagina.

A inércia convém ao velho modelo de imprensa.

Em alguns casos, é questão de sobrevivência.

O governo gasta verbas suntuosas de publicidade (leia-se dinheiro do contribuinte) em grandes jornais e revistas.

Não raro, empresas estatais ocupam anúncios de página dupla ou contracapa, que são os espaços mais caros da mídia impressa.

Fora a publicidade explícita, há o caso de pesquisas e publicações que, até bem pouco tempo, não demonstravam constrangimento em tratar o presidiário como candidato à Presidência.

Ainda que Lula fosse inocente no caso do tríplex (é apenas um exercício de raciocínio…), condenados em segunda instância não podem concorrer e ponto final.

Está na Lei da Ficha Limpa, sancionada, quem diria, pelo governo Lula em 2010.

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