Emenda pior do que o soneto: Flávio Dino demostrou que sabia de informações sigilosas da PGR…

Como se diz no popular, a emenda saiu pior do que o soneto.

Como já se sabe, o sigilo das delações de ex-executivos da Odebrecht só foi levantado no dia 4 de abril, data em que o relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin, decidiu abrir 76 inquéritos contra agentes políticos e remeter às instâncias competentes as 200 demais petições.

Na tentativa de explicar a possibilidade de vazamento do conteúdo da delação de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht que acusou Flávio Dino (PCdoB) de ter recebido propina de R$ 400 mil, os comunistas acabaram se enrolando mais ainda.
Como se diz no popular, a emenda saiu pior do que o soneto.

A maior parte do seu conteúdo, no entanto, só foi conhecida do grande público na terça-feira (11).

Mas, para se defender, Flávio Dino apresentou uma certidão do dia 17 de março, duas semanas antes da quebra do sigilo dos dados (saiba mais).

Além disso, o governador apresentou uma pesquisa sobre os autores do projeto, para provar que ele não assinou o texto original da proposta: o documento foi impresso no dia 16 de março.

Confrontados com essa informação, os comunistas apressaram-se em dizer que as “cartas de seguro” foram tiradas pelo governador com antecedência diante de recentes boatos sobre a delação.

Um desses “boatos” teria sido publicado na coluna de Lauro Jardim, que, curiosamente, citou propinada de R$ 200 mil a Flávio Dino no já longínquo mês de agosto de 2016 (reveja).

Na pressa em justificar o injustificável, esqueceram de procurar melhor resposta para um fato: como souberam que os supostos boatos tratavam-se, especificamente, do PL 2.279/2007?

Em tempo: uma coisa pode não ter nada a ver com a outra, mas Nicolao Dino, irmão de Flávio, é o atual nº 2 da Procuradoria-Geral da República (PGR), de onde partem os pedidos contra os citados na Lava Jato.(Gilberto Leda)