Em vez de prender, delegado manda soltar 4 bandidos pegos com galões de combustível
Por Mônica Alves
São Luís vem vivendo dias assombrosos desde a última quinta-feira, 19, quando bandidos, tocando o terror na cidade, atearam fogo em vários ônibus da capital. Só nessa noite, foram queimados 5 coletivos.
Um dos ônibus incendiados na noite de quinta-feira
Nessa mesma noite toda a equipe da Secretaria de Segurança do Estado e seu policiamento já tratou de tentar minimizar o terrorismo, tranquilizando a população com o que estão chamando de “segurança ostensiva” nas ruas. Desde então, centenas de policiais estão tomando as ruas, ônibus e becos, da capital e região metropolitana.
Até a presença do secretário de segurança Jefferson Portela e do governador Flávio Dino (PCdoB) já foi vista nas ruas, como sinônimo de “está tudo sob controle”.
Seria bom que fosse. Mas, em sua totalidade, não é!
Infelizmente quem detém o poder só mostra o que quer e até onde quer.
Prova disso é que informações chegadas a mim dão conta de que na noite da última sexta-feira, 20, a equipe do Sargento Nogueira, da Polícia Militar, fez a apreensão de 4 elementos – 2 maiores de idade e 2 de menor idade.
Durante a apreensão os mesmos foram encontrados com galões cheios de combustível, logo, foram levados para o Plantão Central da Vila Embratel. Chegando ao Plantão V.E, os homens foram apresentados a um agente de polícia, que, por sua vez, repassou a informação ao Delegado Plantonista – Tinoco. Sem entender o porquê (e até hoje não se sabe), o delegado, além de se negar em receber os conduzidos, negou, também, em assinar o boletim de recebimento dos mesmos.
Diante dessa atitude inesperada, o Sargento Nogueira informou à CIOPS o caso e pediu diretrizes em como proceder. A resposta do CIOPS foi uma só “se o delegado se negou a receber os bandidos, pode soltar”.
Soltar bandido? É isso mesmo?
No momento da apreensão, o secretário Jefferson Portela foi um dos primeiros a ficar sabendo e, na ânsia de mostrar serviço ou até impressionar (quem sabe), saiu ligando para toda a imprensa local, para informar que estaria apresentando os 4 elementos no Plantão da Vila Embratel, aos profissionais. O que o secretário não sabia era que enquanto fazia contato com a imprensa, os “filhinhos de Deus” já estavam era na rua e, quiçá, tocando o terror.
Logo nas primeiras horas deste sábado, 21, Jefferson Portela quis esclarecimentos do Sargento Nogueira (o da apreensão). Depois deste explicar o que, de fato, acontecera, o delegado Tinoco foi chamado e, literalmente, só não foi chamado de santo, durante a conversa como o chefe da segurança do estado. Todas as conversas foram presenciadas pelo Comandante de Policiamento Metropolitano, Coronel Pereira.
Por que, olha só a loucura, como uma cidade que está sendo comandada e aterrorizada por bandidos e está sendo refém de uma violência que segurança nenhuma consegue dar jeito, aí vem uma parte do corpo dessa segurança/policiamento e, simplesmente, age contra a população, soltando bandidos, mesmo estes sendo pegos com material que é um dos responsáveis pela penalização das situações ocorridas?
Tal atitude só demonstra a incapacidade da segurança em se comunicar e falar a mesma língua. O que parece é que há crise interna, discórdia entre policiais e delegados e, mais ainda, com o secretário de segurança, visto que isso fica à mostra nessas situações de fragilidade e incompetência da segurança. A falta de coordenação entre as polícias Militar e Civil é gritante.
Ante a essa falha irremediável, o secretário Jefferson Portela chegou a solicitar ao Sargento Nogueira, a devolução do Boletim de Ocorrência em que o Delegado Tinoco se recusou em assinar o registro feito no Comando. Há informações certas de que Nogueira não fará tal ato, pois não se dará ao desprazer de perder a única prova material do trabalho que realizou. Pelo contrário, já fez um registro junto ao Comando para estar respaldado contra possíveis punições.
Quer dizer, os próprios cabeças da segurança da nossa cidade e do nosso estado incentivam a corrupção, a mentira, o “jeitinho”, o abafamento das coisas. Eles estão mais preocupados em esconder as coisas, manter as aparências, do que, de fato, exercer o papel e a função ao qual foram delegados a fazer e dar como resposta de um trabalho de esforço e dedicação, resultados que satisfaçam e que leve segurança a milhares de maranhenses.
Segundo informações, é de ordem do próprio secretário de segurança Jefferson Portela abafar esse desastroso acontecimento, surreal, eu diria, da soltura de 4 homens apreendidos com galões com combustível em dias que a cidade está sendo incendiada, simplesmente porque o funcionário do governador não quer que este saiba dessa falha irresponsável de sua equipe de segurança.
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