Zé Reinaldo sorrindo da desgraça de Lula…

Pode até ser exagero dizer que Zé Reinaldo sorrir de Lula. Mas quem conhece de perto o ex-governador Zé Reinaldo, sabe que seu momento é de comemorar a inevitável queda de Lula e Dilma. Motivos para isso não lhe faltam.

O mundo dá voltas, quem diria, o ex-governador Zé Reinaldo, que foi perseguido por Lula, que fechou as portas em sua cara sem deixar vir recursos para o Maranhão, ajudou cassar seu sucessor, Jackson Lago, entregando de volta o Maranhão ao comando da filha do Sarney.

Sorria, Zé! Acompanhe abaixo, sua leitura.jackson-e-za-reinaldo-22

Contagem regressiva

Vejam como são as coisas. Em dezembro do ano passado quando a Câmara aceitou examinar um pedido de impeachment contra a presidente elaborado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal e em seguida fez a escolha da comissão processante através de voto secreto, a base do governo recorreu ao Supremo que não só anulou a votação realizada como também mudou as regras a um ponto tal que muitos disseram que o impeachment estava morto e sepultado e a presidente livre de ser processada pela Câmara.

Eu cheguei a escrever um artigo e afirmei que não pensava assim pois a Câmara recorreria quando o Supremo publicasse por inteiro o teor de sua decisão e isso levaria tempo e como a presidente inerte e aliviada pela decisão do Supremo não levava a sério a crise, que aliás, nem reconhecia, mas que piorava semana a semana, e a operação Lava Jato sempre tinha novidades muito ruins para o governo as coisas poderiam estar piores para Dilma.

Hoje a situação não poderia estar pior para sua permanência, As seguidas delações premiadas, principalmente a estrondosa do antigo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, na qual responsabilizou Dilma e Lula por tudo o que aconteceu no chamado “petrolão”.

 Logo após, Lula foi levado coercitivamente a depor e a sua reação violenta contra a justiça e os meios de comunicação foi verdadeiro tiro no pé. Sob investigação teve o sigilo telefônico quebrado e ai apareceu um Lula descontrolado, atacando a tudo e a todos, cujo resultado foi o seu isolamento político que o tornou mais frágil para enfrentar os tempos de borrasca que tem pela frente.

Antes das gravações serem conhecidas o clima já era muito hostil contra o governo, contra Dilma, contra Lula e em defesa de Moro que as reações raivosas de Lula estão transformando em herói nacional. Quanto mais Lula e Dilma o atacam mais ele recebe apoio popular. E em 13 de março o povo saiu as ruas gritando fora Dilma, fora Lula e viva Moro. Foram tão gigantescas as manifestações que o clima para o impeachment ficou mais forte do que nunca.

O isolamento do governo já era enorme. O povo nas ruas protestava, os empresários vendo a inercia e os maus números da economia tomarem conta do país engrossaram o coro contra Dilma e na área política teve como consequência o início da debandada. Essa retirada de apoio começou pelo PMDB, sempre pragmático e nesse caso com uma enorme expectativa de poder pela frente. Outros partidos iniciaram a retirada.

Dilma sem saber o que fazer resolve fazer uma temerária jogada política. Vendo-se perdida resolve nomear Lula para a Chefia da Casa Civil, para blindá-lo contra o Juiz Sergio Moro, tentar tirar o governo do isolamento político dar um cavalo de pau na economia, tentando injetar ânimo na sociedade, tentando reavivar o que já não dera certo e que levou o país para a crise econômica. Era uma medida temerária e movida pelo desespero. Já na posse de Lula o fato que mais chamou a atenção dos políticos e dos observadores atentos do quadro atual, foi a ausência gritante dos caciques do PMDB, nem Renan apareceu. Logo depois da posse dezenas de pedidos de liminar para suspender a posse de Lula abarrotaram os tribunais. Essas decisões suspenderam a nomeação até a decisão do ministro Gilmar Mendes do Supremo que não só impediu o exercício do cargo como devolveu o processo ao juiz Moro. Agora só o pleno da corte pode interferir no processo. Concorreu muito para esse clima as gravações de Lula com insultos distribuídos para todos os poderes e para outros protagonistas, amigos ou não.

Com esse clima o Supremo se reúne e confirma as regras para o impeachment, as mesmas da decisão anterior. Agora já não pode haver dúvidas acerca da constitucionalidade do desfecho do processo. As regras foram definidas pela corte constitucional. Assim, o processo chegou a uma Câmara de Deputados sensibilizada pelo novo panorama político brasileiro. E foi rápida a votação e a instalação da comissão que já começou a funcionar. Foram 433 votos a favor da chapa única e 1 contra. E entre os deputados eleitos para os cargos de direção da comissão nenhum do PT e nenhum do PMDB. Estes, porque o partido não quis. Não queria se expor já que pode herdar o governo.

O desfecho se aproxima. Serão quinze sessões, dez para a defesa do governo e cinco para deliberação. Vai ser rápido.

A lição que fica, porém, é um grande alerta da sociedade: quem assumir o governo, seja lá quem for, precisará juntar uma imensa força política para colocar o país no rumo certo. Antes de melhorar irá piorar. Mas o país em seguida voltará a crescer.

Senão as ruas se encherão de novo protestando contra os novos governantes.

Chega do discurso básico de Lula tentando dividir o país entre “nós” e “eles”. Vamos unir o país em uma só causa, o Brasil.

A Grécia passou por tudo isso e está se recuperando. Ninguém mais falou da crise daquele país. Melhor assim.